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Redação

Cuiabá recebe exposição que explora padrões comportamentais do envelhecimento feminino

A exibição oferece profunda reflexão sobre a experiência feminina nesse estágio da vida, por meio de imagens, vídeo e instalação

Foto: Assessoria

A renomada artista Mari Gemma De La Cruz apresenta uma exposição que explora os intricados padrões comportamentais na envelhescência feminina. A mostra, resultado de extensa pesquisa realizada em 2019 e 2020, oferece profunda reflexão sobre a experiência feminina nesse estágio da vida, por meio de imagens, vídeo e instalação.


Durante esse período de investigação, a artista confrontou as próprias inquietações, relacionadas ao envelhecimento, em um contexto de perdas significativas, como a morte da mãe, os filhos deixando o lar, menopausa e a aposentadoria como farmacêutica e servidora pública. As experiências pessoais culminaram em uma reflexão multifacetada sobre memória, comportamento, padrões sociais e etarismo.


A exposição destaca episódios e percepções comuns a muitas mulheres na envelhescência, evidenciando mudanças nas dimensões biológica, estética, psicológica, relacional, profissional e de saúde. O momento, apesar de trazer a possibilidade de uma nova liberdade, é frequentemente reprimido por modelos sociais que geram sentimentos que limitam a expressão e a vivência plena dessa fase da vida.


Inspirada por esse contexto, a artista sentiu uma urgência por mudança, levando à necessidade de desconstruir e reconstruir sua vida. Essa metamorfose foi representada metaforicamente pela reforma do "corpo-casa", onde a artista viveu por mais de três décadas. Durante a investigação, a sensação de invisibilidade e obsolescência conectou-se a padrões comportamentais, incluindo a acumulação de objetos que atestavam a existência da artista e reforçavam seu apego.


A exposição busca traduzir visualmente a envelhescência feminina, transformando as imagens da casa, móveis e objetos em poemas visuais. Através dessa expressão artística, questiona-se como os refúgios efêmeros podem incorporar valores subjetivos, levando-nos a explorar as casas oníricas de cada indivíduo, perdidas nas sombras de um passado verdadeiro.


Para honrar a existência das coisas banais, a artista produziu imagens resultantes de performances com objetos, tornando-os testemunhos da história, rastros de memória que constroem uma cartografia do ser. As performances abordam uma variedade de percepções, desde a inutilidade até a resiliência, proporcionando momentos de catarse e resgate do valor da vida.


A exposição levanta questões éticas relacionadas aos padrões comportamentais na envelhescência, destacando a contradição entre valorização e desvalorização da senectude.


Acredita-se que a interação do público com as subjetividades apresentadas possa inspirar uma reflexão sobre alternativas e sensibilidades que fogem aos modelos vigentes, aliviando a opressão muitas vezes associada à mulher na envelhescência.


Este trabalho ganhou o mundo antes de ser apresentado nas terras cuiabanas. Atualmente, está participando de uma exposição coletiva no México e já participou de outras exposições na Argentina (2022) e na Espanha (2021), sendo que nesta última foi premiado.


Sobre a Exposição


"Anfêmera" estará em exibição na Casa Cuiabana, à rua General Vale no181, Bairro Bandeirantes, Cuiabá.

Abertura dia 21/03/2024 às 19 h.

Visitação 22/03 a 20/05/2024 das 8h às 18 h. A entrada é gratuita e aberta ao público em geral.


Sobre a Artista


Mari Gemma De La Cruz é uma artista visual interdisciplinar que iniciou sua carreira aos 53 anos, em 2016, após ter atuado como farmacêutica. Possui mestrado em Saúde e Ambiente, e suas práticas artísticas incluem fotografia, poesia visual, performance, vídeo e intervenção em espaços urbanos ou naturais.


Comprometida com transformações sociais emancipadoras, suas criações resultam de pesquisas numa perspectiva 'biopsicosocioambiental', abordando questões cotidianas relacionadas ao feminismo e meio ambiente.


Atualmente residindo em Cuiabá, Mari Gemma De La Cruz recebeu premiações e conquistou reconhecimento internacional por seu estilo único e provocativo. Participou de exposições no Brasil, Argentina, Áustria, Bolívia, Chile, Espanha, Honduras, México e Portugal.


(da assessoria)

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