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Redação

Filmes mato-grossenses sobre Pantanal serão exibidos na Bolívia

O projeto é realizado pelo Sebrae Mato Grosso, Instituto Guimarães Rosa e Embaixada do Brasil em La Paz, com a parceria do Cineclube Coxiponés da UFMT

Foto: Divulgação/ Maria Reis

Filmes sobre o Pantanal serão exibidos na Bolívia durante os dias 26 a 29 de setembro, pela 'Mostra Audiovisual Sentimento Pantaneiro', projeto organizado pelo Sebrae Mato Grosso, Instituto Guimarães Rosa e Embaixada do Brasil em La Paz, com a parceria do Cineclube Coxiponés da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).


A 'Mostra Audiovisual Sentimento Pantaneiro' convida o público boliviano a uma imersão no universo da maior planície alagável do mundo, a partir de seis filmes de curtas e médias durações de realizadores de Mato Grosso: 'Itinerário de Cicatrizes (2022, 19')', de Glória Albues, 'Dois Bois (2022, 23')', de Persel Azul, 'Águas encantadas do Pantanal (2000, 42')', de Danielle Bertolini e Amilcar Oliveira, 'O rosto do mascarado (2021, 25')', de Ângela Coradini, Duflair Barradas e Felippy Damian, 'O minhocão do Pari: a origem da lenda (2022, 18')', de Salles Fernandes, e 'Céu e Água (2007, 52')', de João Carlos Bertoli.


A Mostra Audiovisual Sentimento Pantaneiro integra o projeto 'Compassos Pantaneiros', do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), voltado à promoção das produções culturais e criativas de Mato Grosso, especialmente aquelas realizadas por pessoas que trabalham com a temática do Pantanal ou que vivem no bioma.


Reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera Mundial, o Pantanal (ou chaco) é um bioma fronteiriço, que abrange a divisa dos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o leste da Bolívia e o norte do Paraguai.


"A primeira incursão será na Bolívia, mas já prospectamos para 2024 ações também no Paraguai, outro país que compartilha o bioma", revela o analista de Economia Criativa do Sebrae MT, Felipo Abreu.


"Dentro desse projeto, são várias as atividades que vamos desenvolver nas áreas da música, das artes visuais, do artesanato… E a mostra vem como ocupação desse espaço pelo audiovisual. A ideia é começar uma abertura de mercado internacional para nossas produções, posicionando Mato Grosso dentro do processo de circulação de obras artísticas e criativas. Muito se produz no estado, mas ainda precisamos levar essas produções para fora e, assim, colocá-las em evidência", complementa.


Embora seja relativamente pequeno em termos territoriais, o Pantanal é imensamente diverso em sua fauna e flora, com uma diversidade de peixes maior do que a presente na soma de todos os países europeus. É território de povos indígenas, ribeirinhos e tradicionais, com suas culturas e seus saberes ancestrais pautados pelo respeito e equilíbrio na relação com a natureza.


A Mostra Sentimento Pantaneiro integra uma ampla programação cultural promovida pelo 'Compassos Pantaneiros' na capital boliviana, com diversos artistas mato-grossenses. Além das exibições dos filmes, o evento terá exposição de artes visuais com a curadoria de Ruth Albernaz, show musical de Estela Ceregatti, que apresenta repertório pantaneiro de fronteira e oferta workshops de sonoridades do Pantanal, incluindo Cururu e Siriri. O artista visual Carlinhos Viana também irá ministrar uma oficina de pintura.


Os filmes


O linguajar, os costumes e os modos de vida do povo pantaneiro são abordados no documentário “Céu e água”. Uma amostra do bioma como grande patrimônio cultural de um povo de vida simples e conectado com a natureza mutável da região.


Já “Itinerário de cicatrizes” é um impactante registro das marcas deixadas pelo mais devastador incêndio da história do Pantanal. As cicatrizes das queimadas de 2020 sobre a terra e a vida das pessoas surgem nas imagens, sonoridades e nas sábias reflexões de indígenas e pantaneiros sobre a inexorável conexão entre o ser humano e a natureza.


Os filmes “Águas encantadas do pantanal” e “O minhocão do Pari – a origem da lenda” introduzem ao público histórias fantásticas do imaginário pantaneiro. Enquanto, o longa “Rosto do Mascarado” apresenta a tradição da dança dos mascarados, típica da região de Poconé, cidade que dá acesso ao Pantanal mato-grossense.


O curta “Dois Bois” se inspira no conto homônimo de Pedro Leite para transcriar a história de uma jovem que volta à fazenda onde nasceu para vingar a morte da mãe, revelando resquícios de um coronelismo pantaneiro, marcado por abusos e violências perpetrados por poderosos pecuaristas da região.








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