Flor de Atalaia homenageia Jejé de Oyá durante Festival de Siriri e Cururu de Mato Grosso
"Nosso objetivo foi não apenas representar artisticamente Jejé de Oyá, mas também homenagear sua importância na cultura afro-brasileira dentro de Cuiabá", destaca o grupo de Siriri
O Flor de Atalaia homenageou o Jejé de Oyá durante a apresentação no Festival de Siriri e Cururu de Mato Grosso, que ocorreu nos dias 15 a 17 de dezembro, no Ginásio Aecim Tocantins.
José Jacinto Siqueira de Arruda, mais conhecido como Jejé de Oyá, é tido como patrono do colunismo social no Estado. Considerado a "Cara de Cuiabá", jejé nasceu em Rosário Oeste e chegou para capital ainda pequeno com a mãe.
A mãe e ele viveram em situação de rua durante um tempo até a família Cuiabano adotá-lo. Após ser adotado, Jejé passou a morar em um casarão, localizado no Centro Histórico. Convivendo com mulheres, José aprendeu a costurar e se interessou por alfaiataria.
Ele começou a estudar sobre alfaiate e chamava atenção pelas peças, que produzia e vestia. Jejé participava dos carnavais ao lado dos amigos e escrevia para jornais. Negro e homessexual, Arruda confrontava a elite cuiabana ao quebrar estigmas entre as décadas de 50 e 80.
Jejé carrega o nome "Oyá", orixá das tempestades, ventos e transformações. Com isso, o Flor de Atalaia apresentou a essência da cultura, espiritualidade e sabedoria transmistidas pela divindade, por meio de movimentos, batuques e representações.
"Nosso objetivo foi não apenas representar artisticamente Jejé de Oyá, mas também homenagear sua importância na cultura afro-brasileira dentro de Cuiabá. Queríamos oferecer ao público uma visão autêntica e respeitosa dessa personalidade muito respeitada pelo povo Cuiabano", destacou o grupo de Siriri.
Realizado pela Governo de Mato Grosso, o Festival de Siriri e Cururu é conhecido pela celebração da cultura, tradição e identidade mato-grossense. A programação do evento contou com a participação de 12 grupos de siriri divididos em categorias, sendo grupos tradicionais consolidados em Cuiabá, Várzea Grande e no interior de Mato Grosso.
Neste ano, foram investidos cerca de R$ 700 mil, através da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel). o evento contou com acesso gratuito à população, com público estimado de 21 mil pessoas, impactando positivamente e visibilizando o trabalho artístico de grupos de siriri, mestres e agentes culturais de Mato Grosso.
O Festival ocorre desde 2011, mas graças ao incentivo e fomento do Governo de Mato Grosso em 2023, foi possível a retomada dos grupos à frente da produção do festival, através dos Institutos Nandaia e Brasil MT.
Foi muito gratificante toda essa preparação e ensaios que culminou nessa bela apresentação que representou tão bem essa personalidade história de Cuiabá, eu ainda cheguei de vê-lo no centro de Cuiabá e minha mãe dizia: aquele é Jejé, sempre rodeado de pessoas e colares... Me arrepio ainda ao rever nossa apresentação , que foi um show que Cuiabá merece ter através do FLOR DE ATALAIA