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Secretaria Municipal da Mulher realiza 2º Seminário das pretas

Redação

Atualizado: 22 de ago. de 2023

Secretaria Municipal da Mulher celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha com a presença de 200 participantes

Foto: Vicente Aquino

Secretaria Municipal da Mulher realizou o 2º Seminário das pretas nesta terça-feira (25). O evento, realizado em Cuiabá, comemorava o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. O encontro contou com a presença da cantora Gê Lacerda, além de palestras, rodas de conversa, oficinas e a feira ‘Afro Mulher’.

A professora e Drª Cândida Soares da Costa deu início ao ciclo de palestras com o tema “Panorama das Políticas Públicas para as pretas”, que também contou com a participação da doutoranda em história, Nina Maria de Meira Borba, que abordou a temática sobre a mulher preta e a luta pela emancipação e autonomia durante a escravidão.


Também participaram Lupita Amorim, integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação, Juliane Cajú e a Miss Beleza do Brasil, Nathalia Prazeres. O evento contou com 200 participantes.


Segundo a secretária adjunta da pasta da Mulher, Elis Regina Prates, o objetivo do seminário, além de marcar a data expressiva e importante para o movimento negro, é também fortalecer as mulheres negras que estão nas periferias, para que elas compreendam que podem ter potencial para alcançar lugares onde imaginam estar.


“Acreditamos que um dos caminhos de luta se faz pela aprendizagem. Neste sentido, desejamos criar um espaço de diálogo, pensando em nossos locais de atuação e formando uma grande rede de compartilhamento carregada de potência e produzida sob o olhar de mulheres pretas. Por isso, nos reunimos com grandes mulheres que aceitaram o convite de participar desse evento", afirmou.


De acordo com a magistrada e atual presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM), Maria Rosi de Meira Borba, o evento foi uma oportunidade de conscientização real. Ela ainda ressaltou que o seminário foi de grande aprendizado, onde se fala sobre dor, resgate e que deveria ser replicado em outros locais, tanto públicos como privados.


Para a professora e doutora, Cândida Soares da Costa, o encontro reafirmou a importância das mulheres e da população negra, além da celebração de políticas públicas definidas e implementadas, que definam todo um compromisso social contra o racismo.


“A partir do momento em que evidenciamos as conquistas e lutas, garantimos que o racismo, sexismo, discriminação, preconceito e variadas formas de opressão sejam reduzidas, pondo fim nas desigualdades”, concluiu a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, que destacou a preocupação da gestão em fortalecer e apoiar a luta.


A professora de Artes, Helen Prates, levou os alunos da Escola Estadual Governador José Fragelli e salientou a importância de trazer as alunas negras para que elas consigam sentir parte dessa luta, para que elas possam, no futuro, ser mulheres engajadas nessa temática e que consigam constituir essa identidade de mulher negra. “A ideia era trazê-las aqui para que elas tivessem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre este universo de luta em prol da mulher negra”, disse.


O dia 25 de julho é lembrado em todo o mundo como Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, é também Dia de Tereza de Benguela – data instituída através da Lei nº 12.987/2014, como forma de reforçar a busca por igualdade de direitos e marcar a resistência da mulher negra para ter visibilidade na luta contra opressão de gênero, raça e etnia a que são submetidas dia após dia.


A data é também uma homenagem a história de Tereza de Benguela, liderança que esteve à frente do Quilombo Quariterê, no estado de Mato Grosso, um exemplo da luta pela igualdade de direitos e pelo fim da escravidão a que as autoridades submetiam os negros no século XVIII. O esforço e a dedicação de Tereza para fortalecer o Quilombo, tanto em armamento, quanto em força econômica é lembrado até hoje nesta data em que se comemora a representatividade das mulheres negras em todo o Brasil.


Por Luana Ignacio / Olhar Cultura

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