Analisando o mundo de uma forma diferente por meio dos desenhos, Adham Martins começou a colocar a criatividade no papel ainda quando criança. Natural de Várzea Grande, ele foi inserido na leitura muito cedo por incentivo da avó, consequentemente o levou a escrever seus primeiros poemas no ensino fundamental.
A realidade de pessoa negra e periférica ficou cada vez mais evidente conforme foi crescendo, mas ao ingressar na UFMT toda a conjuntura existente na sociedade foi inegável para Adham. Com isso, o artista fundou um coletivo de hip-hop e poesia marginal, RaPense MT, ao lado do amigo e rapper Guto.
Martins publicou suas primeiras poesias, produziu versos para outros artistas e iniciou a carreira como rapper na RaPense. Na mesma época, passou os desenhos a lápis para a ilustração digital para conseguir obter renda durante a pandemia da COVID-19.
Após começar a ilustrar, o artista cedeu espaço as telas e tintas. Independente da plataforma, ele costuma trazer referências e valorizar a cultura negra em sua arte, além de levar consigo um pouco dos costumes árabes e da comunidade Ribeirinha de Cuiabá, a qual o seu vô cresceu.
Estudante de psicologia, Adham realiza atividades voltadas à arte-educação em escolas públicas desde 2022. Em conjunto com os amigos, criou o coletivo negro “Daruê Malungo”, que luta por justiça e direitos da comunidade, no ano seguinte.