Minissérie mato-grossense chega à reta final de filmagens e resgata crimes esquecidos em narrativa que mistura realidade e ficção
- Grupo Olhar
- há 6 horas
- 2 min de leitura
“O Portão do Inferno – Casos Arquivados” encerra gravações nos próximos dias com proposta poética e sombria sobre as memórias subterrâneas de Cuiabá

A minissérie O Portão do Inferno – Casos Arquivados está em sua fase final de gravações em Mato Grosso. Produzida pelo Centro Audiovisual Luiz Marchetti (CALM) e contemplada pela Lei Paulo Gustavo, a obra se prepara para entrar em pós-produção após concluir, até o dia 4 de setembro, as filmagens em Cuiabá e Chapada dos Guimarães.
Adaptada do livro homônimo do escritor cuiabano Jefferson Neves, que também assina o roteiro e a trilha sonora, a série é dirigida pelo cineasta Luiz Marchetti. Com quatro episódios e estreia prevista para dezembro, a narrativa combina elementos reais de crimes investigados nos anos 1940 com uma linguagem ficcional marcada por poesia e atmosfera noir.
As últimas cenas estão sendo rodadas em locações históricas da capital e em áreas rurais, como casarões do Centro Histórico, a estrada para Chapada dos Guimarães e uma chácara às margens do Rio Coxipó. A estética barroca inspirada em Caravaggio continua a guiar a fotografia de Luís Abramo, enquanto a direção de arte de Douglas Peron e Jefferson Keese aposta em composições visuais que dialogam com o território mato-grossense.
“Essa obra nasce do incômodo com o que foi silenciado. É uma missa para corpos ausentes, mas que ainda querem falar. Agora, no set, cada detalhe tem se transformado em arqueologia viva”, resume Jefferson Neves, roteirista e autor do livro.

O elenco reúne artistas locais como Vera Capilé, Ilto Silva, Maria Clara Bertulio, Millena Machado, Bia Corrêa e Carolina Argenta, além da participação especial da atriz Maria Zilda, que reforça o diálogo entre a cena mato-grossense e nomes de projeção nacional.
Para o diretor Luiz Marchetti, o projeto reafirma a potência do audiovisual no Estado:
“Estamos concluindo as filmagens com a certeza de que não se trata apenas de um thriller, mas de uma obra que atravessa linguagens, lugares e memórias. É um manifesto sensível sobre o que foi apagado e o que resiste.”
Após a finalização, a minissérie seguirá para pós-produção e terá exibição gratuita, em data a ser divulgada. O projeto foi contemplado pelo edital nº 03/2023 – Cinemotion e tem apoio da Prefeitura de Cuiabá, Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra/MT), Comitê de Cultura de Mato Grosso, Casa das Molduras e Entrelinhas Editora.
Mais informações: @oportaodoinferno no Instagram.